PONTAL DE CACILHAS: PALMELA, COSTA AZUL

domingo, setembro 24, 2006

PALMELA, COSTA AZUL


Photo Lua Viajante

A cultura da vinha e a produção do vinho está desde tempo imemoriais associada a rituais mais ou menos profanos. Palmela comemora, por isso, todos os anos uma festa em honra de Baco. Mas da região de Palmela não vem apenas o bom vinho, também há doces de deixar água na boca e petiscos que o bom garfo não pode perder.



Photo Estranho

Devido à proximidade do mar e do Rio Sado, Palmela tem peixe fresco de grande qualidade e por isso especialidades gastronómicas variadas confeccionadas à base de peixe. Os petiscos são variados, e vão desde as famosas amêijoas à Bulhão Pato, os percebes, a sapateira, as ostras, até ao berbigão e aos caracóis apanhados em terra. A não perder são as caldeiradas de peixe ou de marisco e as sardinhas fritas com molho de tomate. Do interior chegam as boas carnes alentejanas e preservam-se as melhores receitas da doçaria conventual.


Photo Penelope42

Quanto a monumentos, pois as vistas também comem, um dos mais importantes é o seu castelo medieval de Palmela. Terá sido um pretor romano que o edificou e foi conquistado aos mouros em 1148 por D. Afonso Henriques, perdendo-o em 1165, para logo o reconquistar no ano seguinte. D. Dinis eleva a localidade a vila em 1323 e cem anos depois D. João I manda construir um convento ao lado do castelo para a Ordem de Santiago. No castelo subsistem duas igrejas, a Igreja de Santiago, de estilo tardo-gótico e datada de 1480 e a Igreja de Santa Maria do Castelo (século XII). Em frente a torre de menagem, o posto de turismo e dois núcleos arqueológicos. Nesta zona o visitante encontra variadas lojas de artesanato, de queijos, azulejos, vinhos e doces.


Photo Alentejo Coast

Aproveite a localização altaneira da zona do castelo para desfrutar da excelente vista sobre o mar e cercanias que se prolongam até à Serra da Arrábida. Perto, no largo do Município, localiza-se a Igreja Matriz de São Pedro, de estilo quinhentista, com portal do séc. XVIII e fachada com duas torres sineiras. Aqui ficam também os Paços do Concelho, com importante salão nobre, decorado com as fotografias dos reis de Portugal.
Na Praça Duque de Palmela encontra o Pelourinho, datado de 1645 e a Igreja da Misericórdia, do séc. XVII com altar-mor barroco. Vale a pena percorrer a vila a pé, deambular por pequenas vielas, observar as casas nobres e o casario típico caiado de branco e as varandas de ferro forjado. Desça até aos arrabaldes até encontrar o Chafariz de D. Maria I, com as armas da vila e das carrancas, cuja construção data do século XVIII.


Photo Rui Vilela

Por fim volte a subir até ao Largo de São João, com o cinema homónimo, a Igreja de São João Baptista, já há algum tempo transformada em galeria de exposições, o coreto, uma fonte e o miradouro. É nesta praça que acontece grande parte da espectacular Festa das Vindimas.
As actividades tradicionais da Costa Azul, onde Palmela se inclui, giram à volta dos cenários rurais e fluviais e marítimos. O artesanato reproduz o trabalho manual dos artesãos que vão sobrevivendo, como as reproduções em madeira das embarcações tradicionais do rio Sado, como o hiate e o galeão ou as tradicionais traineiras da pescada sardinha. Mãos habilidosas e pacientes fazem ainda a arte típica dos centros marítimos de Setúbal e Sesimbra. Trata-se da filigrana do mar feita com escamas de peixe, que são secas, para depois serem entrelaçadas com fios de prata.


Photo Gustty

Da terra vem a produção dos queijos, como os afamados queijos de Azeitão, os trabalhos em bilros, a doçaria tradicional, como as pinhoadas de Alcácer ou os barquilhos de laranja de Setúbal.
As peças de cerâmica mais conhecidas são o vasilhame decorado, alguns dos quais com vidrado interior, que serviam e ainda servem para guardar o vinho moscatel, muito apreciado, cuja fama já ultrapassou fronteiras.