PONTAL DE CACILHAS: novembro 2005

quarta-feira, novembro 16, 2005

PONTO FINAL

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Photo Bertolucci

segunda-feira, novembro 14, 2005

NA PROA DO CACILHEIRO ALENTEJANENSE

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Photo Joana Saramago

domingo, novembro 13, 2005

OS VELHOS CACILHEIROS CONTINUAM A SER O ÚNICO MEIO DE TRANSPORTE REGULAR ENTRE AS DUAS MARGENS DO RIO

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A transposição do estuário do Tejo é velho problema das populações das duas margens. Os habitantes da margem sul são, porém, os que melhor conhecem os cansaços e os riscos de uma travessia no bojo de barcos em tudo obsoletos e falhos das condições mínimas de segurança.

Desde a travessia do rio em veleiros, nos quais os passageiros, quando o vento se lembrava de preguiçar, tinham de saltar para os remos, se queriam chegar a tempo a tempo e horas aos empregos.
No meio de tanta pasmaceira as pessoas iam adquirindo, contudo, consciência da necessidade de certas mudanças que vieram a verificar-se nos primeiros anos deste século.
O vapor substituiu os veleiros mas não eliminou a incomodidade e os riscos de uma travessia que congestiona o trânsito fluvial sem resolver cabalmente o problema dos transportes entre as duas margens.
O motor diesel vem, anos mais tarde, introduzir um novo sopro de progresso nos pobres barcos da travessia Lisboa - Cacilhas e volta. Batem-se novos «records» de velocidade, sem contudo se poderem ainda suprimir todos os inconvenientes de uma viagem dominada pela incomodidade e pela insegurança.
Os minutos, que a força dos motores permite poupar durante o percurso, são enervantemente perdidos nas obsoletas manobras de atracação, as quais chegam a demorar três vezes mais tempo que o percurso entre as duas margens.
Em dias de nevoeiro ou quando as águas do rio se mostram mais revoltas e agitadas, viajar nos velhos cacilheiros deixa de ser assunto apropriado para divagações poéticas, para se transformar num pesadelo e num instrumento de tortura para dezenas de milhares de pessoas.
A ponte era uma esperança
Era natural que, ao verem crescer os pilares que sustentam a ponte-monumento de Lisboa, as pessoas vissem neles o primeiro sinal de uma época diferente na história da travessia do rio. Com os pilares que iam emergindo das águas do rio crescia, entre as gentes, um forte sentimento de esperança. Iam acabar os suplícios da passagem do rio no ventre dos cacilheiros.
Com a ponte em funcionamento a população da outra banda ia ter que cantar hosanas. Era um traço de união entre Lisboa e Almada. Um traço de união que viria tornar menos doloroso o viver das gentes que todos os dias transpõem duas vezes o Tejo por imperiosa necessidade de sobrevivência.Quem podia contestar a legitimidade da vaga de esperanças em que o povo da outra banda se embalou no transcurso da construção da ponte-monumento? Quem havia de prever que uma obra tamanha, que uma ponte tão grandiosa, não serviria, afinal, as populações das duas margens?A ponte era uma esperança que o tempo se encarregou de dissipar e que o tempo terá forçosamente de voltar a erguer.
Para a população da outra banda a ponte é um monumento
Faz-se a solene inauguração do gigantesco empreendimento, fruto de determinação de homens e da força incomensurável do dinheiro. Chega a admitir-se que vão ser facilitadas, em ordem a imperativos de natureza essencialmente social, as carreiras suburbanas, para que as vastas camadas de trabalhadores que vivem na outra banda pudessem beneficiar das indiscutíveis vantagens de comodidade e segurança que a ponte a todos oferecia. «Os barcos vão ficar às moscas» — comenta-se nos centros de cavaco de Almada, Cova da Piedade e Cacilhas. E como a ponte era bonita, grandiosa, elegante! Mas os preços dos bilhetes surgem ameaçadores: quatro vezes mais elevados que os das carreiras dos barcos.
E a massa da população, que da outra banda todos os dias vem para Lisboa trabalhar, continua a utilizar os anacrónicos e frágeis cacilheiros, melhorados agora apenas no que ao cenário do rio respeita. Não há dúvida que a ponte embelezou o estuário do Tejo. De regresso a casa, à noite, o espectáculo torna-se lindo, encantador.
A alma popular tem nisto uma certa compensação. A ponte é encarada, cá de baixo, da incomodidade acanhada e insegura dos barcos, como um belo monumento aos sonhos de grandeza dos homens.Ao princípio poucos foram os que não fizeram a sua viagenzita, à guisa de divagação turística a que até um pobre Zé Ninguém da outra banda se acha com direito. Mas depois a ponte caiu em desuso.
Os barcos que toda a gente pensava que iam ficar arruinados, crescem de prosperidade e até elevam os preços dos bilhetes, numa atitude que mostra irrelevância da ponte-monumento no modo penoso de viver das gentes de Almada, Cova da Piedade, Cacilhas. O movimento nos barcos cresce de mês para mês.
No Cais do Sodré nasce mais um cais de acostagem, por sinal obsoleto como os seus irmãos mais velhas.
O negócio vai de vento em popa.
As carreiras sobre a ponte revelam-se ruinosas
Não se põe em dúvida o prestígio que a ponte acrescentou à História recente do pais, nem tão pouco se contestará a sua validade como instrumento de promoção turística. Para quem vai para a praia, a ponte é seguramente o melhor meio de transporte. Não vamos discordar sequer da monumentalidade da obra. Tudo estaria certo se uma vez acabada, a ponte passasse a constituir uma melhoria para a forma de viver das pessoas da outra banda.
E não passou!
Não será preciso muito esforço para se compreender que as pessoas contam muito mais do que os carros...«Estas carreiras são, a bem dizer, só para turista» — declara-nos o cobrador de uma empresa da outra banda que mantém serviço de transporte de passageiros sobre a ponte. «Quando levamos oito passageiros numa viagem, já fazemos uma festa. A média são, para não exagerar, uns três ou quatro por viagem...».
Na Carris, a questão é-nos posta no mesmo tom de lamentação: «São carreiras absolutamente ruinosas e insustentáveis. Mantemos as carreiras n.º 10, 40 e 52, nos quais utilizamos autocarros de um e dois pisos. Nos carros com lotação até 50 passageiros pagamos 25$00 por cada portagem de ida ou de volta. Nos que têm lotação superior a 50 passageiros, a portagem é de 40$00 por cada vez que atravessamos a ponte.
Estas taxas de portagem chegam a ser dez vezes superior à receita bruta das careiras». Mais nos disse o informador da Carris «Na maior parte das vezes os autocarros arrancam para a travessia da ponte com dois ou três passageiros. Uma receita bruta de oito ou doze escudos, para fazer face a uma portagem de 50$00 ou 80$00, fora as despesas com o pessoal, manutenção dos carros, combustível, seguros, impostos directos, etc.».No fundo trata-se de uma situação que mais tarde ou mais cedo terá de ser solucionada. A construção de linha férrea na ponte abrirá certamente novas perspectivas ao problema, na medida em que talvez até possa levar a extensão do Metropolitano até Almada, o que permitiria às pessoas chegarem a vários pontos de Lisboa com maior rapidez e pelo preço vulgar de um bilhete de Metro.
O movimento dos cacilheiros é cada vez maior
Aos lamentos das empresas de autocarros corresponde a euforia das três companhias proprietárias dos cacilheiros.
O negócio, como atrás se disse, vai de vento em popa. As estatísticas publicadas no «Boletim do Porto de Lisboa» não deixam margem para dúvidas. E ao viajarmos nos cacilheiros superlotados, com as pessoas obrigadas a acotovelarem-se para conseguir um canto livre, melhor compreendemos o significado dos elementos estatísticos que aí vão, para elucidação dos leitores.
Falta acrescentar que as carreiras de Cacilhas totalizaram 20.826.227 bilhetes, num total de 24.993.839 vendidos no conjunto de todas as carreiras do Tejo, com excepção dos do Barreiro, afectas aos Caminhos de Ferro. Nunca antes da ponte o movimento de passageiros transportados nos barcos atingira números tão volumosos.
A média diária de bilhetes vendidos nos cacilheiros anda à volta dos 65.000.Mas convém notar que mesmo depois da ponte ter sido inaugurada e entrar em pleno funcionamento, o número de passageiros transportados nos cacilheiros não cessa de crescer, como se verifica pelos dados estatísticos oficiais, relativos aos primeiras trimestres dos anos de 1967 e de 1968:1967.................... 4.862.2631968.................... 5.379.614A diferença para mais é de 517.351 bilhetes vendidos, o que corresponde a um aumento superior aos dez por cento.
Como não é de admitir que a população da outra banda haja crescido na mesma proporção no espaço de um ano é evidente a tendência para crescente utilização de um meio de transporte obsoleto, que a ponte prometia naturalmente vir desbancar.Do ponto de observação social a ponte ainda não cumpriu, (ainda não cumpre, nem se sabe quando cumprirá) a missão que as gentes da outra banda esperavam. À sua sombra continuam os cacilheiros a cumprir a ingrata tarefa de trazer as pessoas para o trabalho e de as levar para casa. Trabalho duro entregue ao saber e ao espírito de sacrifício das suas parcas tripulações: um mestre, um maquinista, cinco cobradores em cada barco.
Em terra, um amarra-cabos completa a equipa. Os seus salários vão dos 80$00 diários para os marinheiros cobradores e amarra-cabos, aos 100$00 pagos ao mestre e ao maquinista. Ao todo são uns noventa homens a quem os povos da outra banda e os povos de Lisboa entregam a segurança das suas vidas na travessia quotidiana do rio. Mas um dia virá, terá de vir, em que a clarividência dos factos forçará a inteligência dos homens a pôr a ponte ao serviço pleno das 30.000 pessoas que todos os dias utilizam os frágeis, incómodos e inseguros cacilheiros.
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Photo Christina, Blog Etat D'Âme

Texto António dos Santos, 2003

sábado, novembro 12, 2005

O TEJO

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Photo Gal Eota

segunda-feira, novembro 07, 2005

EBORENSE

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Foi construído em 1954, em Viana do Castelo, tendo sido herdado pela Transtejo no processo de concentração que deu origem à empresa.
Depois de longa pausa, voltou ao serviço em 1991, sendo reequipado com dois novos motores MTU com 2 X 495 CV e uma velocidade máxima de 11 nós.
É utilizado na carreira Cais do Sodré-Cacilhas.
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Photo Jose Elias

domingo, novembro 06, 2005

NA MARGEM DO PONTAL DE CACILHAS

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Photo Bertolucci

sexta-feira, novembro 04, 2005

PARA A OUTRA MARGEM

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Photo Dias dos Reis

quinta-feira, novembro 03, 2005

TRAVESSIA DO TEJO

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Photo Antonio Sousa