PONTAL DE CACILHAS: setembro 2006

quinta-feira, setembro 28, 2006

CONVENTO DA ARRÁBIDA QUATRO SÉCULOS DE HISTÓRIA




O Convento da Arrábida, construído no século XVI, abrange ao longo dos seus 25 hectares, o Convento Velho, situado na parte mais elevada da serra, o Convento Novo, localizado a meia encosta, o Jardim e o Santuário do Bom Jesus e ainda, adjacentes ao convento, mas autónomos, os aposentos do duque de Aveiro e as casas onde eram alojados os peregrinos.


No alto da serra, as quatro capelas, o conjunto de guaritas de veneração dos mistérios da Paixão de Cristo e algumas celas escavadas nas rochas formam aquilo a que convencionou chamar-se o Convento Velho. O Convento Novo, o edifício principal a meio da encosta, dispõe de 27 celas, igreja, seis capelas, livraria, refeitório, cozinha, torre de relógio, casa de lavagem e vários fontanários.


A água das fontes continua a ser captada em minas, segundo o sistema hidráulico implantado pelos franciscanos. O Convento foi fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano castelhano a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras. Anterior à construção, existia onde é hoje o Convento Velho, a Ermida da Memória, local de grandes romarias, junto da qual, durante dois anos, viveram, em celas escavadas nas rochas, os primeiros quatro religiosos arrábidos: Frei Martinho de Santa Maria, Frei Diogo de Lisboa, Frei Francisco Pedraita e São Pedro de Âlcantara.


De arquitectura austera, o convento é praticamente desprovido de ornamentos. No seu interior, destacam-se apenas, de onde em onde, esculturas de santos e Cristos, de terracota e de madeira, colocadas em nichos, os azulejos que ornam as capelas, e ainda os embrechados compostos de pedrinhas misturadas com conchas e cacos de faiança e usados na decoração de fontes, paredes, muros e capelas.


Assinalem-se ainda peças escultóricas de cerâmica e de madeira, cantarias e lajedos, tectos pintados e uma talha dourada. D. Jorge de Lencastre, filho do 1º duque de Aveiro, continuou as obras mandando construir uma cerca para vedar a área do convento. Mais tarde, seu primo D. Álvaro, mandou edificar a hospedaria que lhe servia de alojamento e projectou as guaritas, na crista do monte, que ligam o convento ao sopé da montanha, deixando, no entanto, três por acabar.


Por sua vez, D. Ana Manique de Lara, viúva do duque de Torres Novas e nora de D. Álvaro, mandou construir duas capelas, enquanto o filho de D. Álvaro, D. António de Lencastre, mandou edificar, em 1650, o Santuário do Bom Jesus. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento, as celas e as capelas dispersas pela serrania sofreram várias pilhagens e enormes estragos causados pelo abandono.


Em 1863, a Casa de Palmela adquiriu o convento mas as obras só começaram no século seguinte, nas décadas de 40 e 50. Quarenta anos depois, em 1990, o seu então proprietário optou por vender o convento e a área envolvente, num total de 25 hectares, à Fundação Oriente, a única instituição, que, em seu entender, dava garantias de manter os mesmos valores com que, no século XVI, os seus antepassados o entregaram aos arrábidos.


O convento está integrado na Rede de Centros Culturais Europeus implantados em locais históricos.ACTIVIDADE CULTURAL Pouco mais de um ano depois da aquisição, em Novembro de 1991, o convento abria as suas portas para a primeira grande iniciativa para ali programada pela Fundação Oriente.


Tratou-se da segunda assembleia-geral anual do European Foundation Centre, que reuniu no convento mais de 100 representantes de cerca de 60 fundações europeias. "Iniciativas para a Nova Europa - destaque para os países do sul" foi o tema central do encontro que debateu ainda temas como "O papel de Centros Nacionais de Fundações na recolha e difusão de informações".Dando seguimento a um protocolo assinado com a Fundação Oriente, em Julho de 1990, a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses abria no dia 10 de Julho de 1992 os Estudos Gerais da Arrábida - Conferências do Convento, a primeira Universidade de Verão em Portugal.


Ao longo de 10 anos, esta acolheu, sempre de Julho a Outubro, um programa de cursos, encontros e conferências de grande nível científico e académico. Os cursos, a cuja organização a Fundação Oriente se associou a partir de 1997, proporcionam um lugar de discussão aberto a todos os domínios do conhecimento, numa perspectiva universalista, e cativaram um público susceptível de gerar e fornecer novos conhecimentos.Em 2002, a Fundação Oriente assumiu a realização dos Encontros da Arrábida, dando continuidade ao projecto anterior mas introduzindo algumas alterações ao modelo no sentido de aproximar mais destes encontros o público em geral.


Durante os 10 anos em que decorreram os Estudos Gerais da Arrábida, o convento foi ocupado, de Outubro a Junho, pelos participantes das diversas inicitivas programadas pela Fundação Oriente ou por outras instituições que solicitaram aquele espaço.A preservação do património cultural foi uma das preocupações da Fundação Oriente que, todos os anos, em Novembro, programou para o convento um encontro sobre um tema específico daquela área, aberto a estudiosos nacionais e estrangeiros."O laser aplicado à limpeza e conservação de edifícios e obras de arte" foi o primeiro dos encontros sobre preservação do património, que contou com o apoio do Departamento de Engenharia de Materiais do Instituto Superior Técnico.


Seguiu-se um encontro internacional sobre preservação do património, organizado com a colaboração do Instituto Português de Museus e que reuniu no convento especialistas e conservadores dos mais importantes museus da Europa."A História das Ciências Matemáticas em Portugal: Portugal e o Oriente", um tema que inclui historiografia, epistemologia, astronomia e matemática, foi outro dos encontros programados pela Fundação Oriente na área do património cultural.

Também responsáveis dos mais importantes museus científicos da Europa estiveram reunidos na Arrábida com os seus congéneres portugueses para debaterem os problemas que se levantam aos museus de ciência e técnica. A arqueologia da Arrábida foi também tema de um encontro que juntou no convento os principais responsáveis por estudos arqueológicos na serra e no estuário do Sado, tanto no aspecto da prevenção, gestão e valorização do património arqueológico, como no da inventariação.

De igual modo, o estudo da fauna e da flora da Arrábida levou ao convento um conjunto de reputados especialistas na matéria.Também com regularidade, a Fundação Oriente tem vindo a organizar no convento, geralmente em Fevereiro, uma série de encontros mais virados para a filosofia e pensamento chineses. De entre estes são de destacar os Encontros da Tradição Chinesa que têm contado com a colaboração dos Professores Claude Larre e Elizabeth Rochat de la Vallée, do Instituto Ricci de Paris.

Um seminário sobre poesia chinesa, orientado pelo Prof. Jonathan Chaves e um curso de Zero Balancing, uma técnica que mistura a tradição oriental (chinesa e indiana) e a ciência ocidental, foram outras das actividades realizadas no convento. O curso, o segundo do género a ser realizado em Portugal, foi ministrado pelo especialista britânico, Dr. Timothy Newman, e destinou-se a profissionais de saúde, nomeadamente médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, acupunctores.


Todos os anos no mês de Maio, o convento é palco dos Arrábida Meetings, um fórum de reflexão sobre questões políticas e estratégicas e que reúne alguns dos mais importantes estrategos mundiais. O conselho permanente deste fórum é presidido por Lord Carrington e dele fazem ainda parte Carlos Monjardino, José Cutileiro, Uffe Elleman-Jensen, Yegor Gaidar, Pehr Gyllenhammar, Otto Graf Lambsdorf, Marcílio Moreira, Raymond Barre, Brent Scowcroft, Haruko Fukuda, Andrzej Olechowski e Jaime Gama.


Paralelamente às actividades fixas, a Fundação Oriente tem vindo a realizar no convento outros eventos de entre os quais se destacam a série de quatro seminários "O Franciscanismo em Portugal" - um dos quais se debruçou sobre A Província da Arrábida -, O Encontro Portugal/Índia, o Simpósio de Hidráulica Monástica Medieval e Moderna e um ciclo de Encontros Portugal-China.De salientar que, de uma maneira geral, a Fundação Oriente publica as actas dos encontros realizados no convento, encontrando-se algumas delas já publicadas e outras em vias de publicação.


Para além das actividades acima referidas, o convento está aberto e disponível para acolher nas suas instalações outras instituições que ali pretendam realizar estudos, organizar seminários e reuniões de formação cultural, profissional ou científica ou, simplesmente, encontros de reflexão. Prova disso foi a realização no convento, em Setembro de 1993, da I Cimeira do Partido Socialista Europeu que ali reuniu personalidades como Jacques Delors, Felipe Gonzalez, Michel Rocard, Willy Claes, Pierre Mauroy, Achille Ochetto e António Guterres, entre outros.


Também o I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, presidido por Mário Soares, reuniu no convento, em Novembro de 1994, uma centena de especialistas das áreas da ciência, letras, arte e religião, vindos de quatro continentes.Mário Soares, na qualidade de presidente da República, escolheu também o convento para, durante a presidência aberta na Área Metropolitana de Lisboa, em 1993, prestar homenagem a Sebastião da Gama, o poeta da Arrábida.


Em 1994, a Fundação assinou com o Ministério do Ambiente e Recursos Naturais um protocolo tendente a oficializar e reforçar a cooperação já existente com o Parque Natural da Arrábida. De facto, a Fundação e o Parque já anteriormente haviam colaborado no projecto de recuperação dos jardins e no repovoamento vegetal, projecto que, aliás, mereceu o apoio da União Europeia.


A instalação do apiário da Reserva Natural do Estuário do Sado nas instalações do convento e a formação de apicultores foi um dos domínios contemplados por este protocolo, a par da prevenção e combate a incêndios, através da cedência de uma guarita, propriedade da Fundação, para apoio às operações de vigilância e da oferta de uma viatura de primeiro combate a fogos florestais que o parque utiliza nas suas missões regulares de fiscalização da serra.


Com o Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal têm-se realizado actividades conjuntas como conferências, visitas guiadas e cursos de cerâmica romana.Uma vez por ano, o convento abre as suas portas para a realização de concertos integrados na programação do Festival dos Capuchos. Com a Região de Turismo da Costa Azul, a Fundação e outras entidades da zona, nomeadamente do ramo hoteleiro, assinaram um protocolo que contempla a cedência das instalações respectivas para a realização de reuniões e congressos tendentes à promoção turística da região.


A Fundação tem igualmente dado todo o apoio à Comissão de Festas de Vila Nogueira de Azeitão e de Setúbal, que em Julho, mantendo uma tradição de há longos anos, leva ao convento os peregrinos de Azeitão e Setúbal que ali vão prestar o seu culto a Nossa Senhora da Arrábida. Note-se a propósito que, para além de fazer questão de manter este culto religioso tão arreigado nas gentes da região, a Fundação Oriente solicitou em 1993 ao cardeal patriarca de Lisboa, a nomeação, que foi aceite, do padre franciscano Vítor Melícias, para capelão do convento.


Também nesse ano, as portas passaram a estar abertas aos milhares de visitantes, individuais ou em grupo, que mostram interesse em conhecer o local.Nos últimos anos, o convento tem sido igualmente procurado por realizadores de cinema e documentários que ali encontram um local ímpar para a captação de imagens.


A título de exemplo refira-se a rodagem do filme O Convento, de Manuel de Oliveira, com Catherine Deneuve, John Malkovich e Luís Miguel Cintra, nos principais papéis. Aquela cativa que me tem cativo, uma série de quatro espisódios, de 50 minutos cada uma, realizada por Carlos Barradas para a RTP e que narra a história dos amores e desvarios de Luís de Camões, foi também rodada no convento.


De igual modo, o realizador francês Serge Moati escolheu o convento como local de filmagem do seu telefilme Une Femme dans la Tourmente. A partir do ano 2000, a Fundação abriu o convento a residência de escritores e artistas provenientes de países asiáticos que, anualmente, de Novembro a Abril ali queiram desenvolver o seu trabalho. Na escolha dos residentes - três por ano - é dada prioridade a escritores e artistas das áreas das artes plásticas, do design, da fotografia, da arquitectura e da música.

Fundação Oriente

quarta-feira, setembro 27, 2006

CONVENTO DA ARRÁBIDA UM ESPAÇO ABERTO À CULTURA



Localizado numa zona de invulgar beleza natural, perto de Lisboa mas simultaneamente longe do bulício da grande cidade, o Convento da Arrábida reúne todas as condições para o estudo e reflexão, para o debate de temas e ideias, para a realização, enfim, das mais diversas actividades culturais e científicas.
Foi essa, aliás, uma das principais motivações da Fundação Oriente ao adquirir em 1990 o convento ao então proprietário, Manuel de Souza Holstein Beck, conde da Póvoa.
Edificado na vertente sul, a meio da encosta da serra da Arrábida, como que metido numa concha, o convento debruça-se sobre o mar, num lugar privilegiado de grande tranquilidade, de contacto com a natureza e de uma excepcional beleza paisagística.
Inserido no Parque Natural da Arrábida, conhecido pelas suas raras espécies botânicas, goza de um clima temperado, de características mediterrânicas.
Dado o carácter único de testemunho histórico, arquitectónico e paisagístico do convento e da serra da Arrábida, a Fundação Oriente fez questão de conservar os valores existentes, aproveitando e mantendo a atmosfera de recolhimento e de reflexão que foi apanágio dos franciscanos e que o local inequivocamente sugere e proporciona.
No projecto de recuperação e adaptação a centro cultural, procurou-se, acima de tudo, manter o espírito do lugar e respeitar a construção existente.
Refira-se, a propósito, que o convento, com a respectiva área circundante, foi classificado em 1977 imóvel de interesse público.Nas zonas em que os novos alojamentos programados encontravam áreas adequadas à sua implantação, sem alterar a composição exterior, foi adoptada uma tipologia de quartos com casa de banho privativa e de quartos com antecâmara, conforme o espaço interior disponível.
Aproveitaram-se, pois, as chamadas Casa do Conde e Casa das Mesquitas, que se situam a nascente do convento e que foram ampliadas, sendo adaptadas a alojamentos, sala de estar, sala de refeições, cozinha, copa e arrumos.
No núcleo central, as construções existentes foram integralmente mantidas e adaptadas a novas funções: recepção, alojamentos e sala polivalente.
No núcleo poente, apenas o interior da chamada Casa dos Noivos foi alterado e adaptado a um auditório com capacidade para 60 lugares.
Um outro compartimento teve igual transformação, dando lugar a uma sala de reuniões com capacidade para 12 pessoas.
Concluídas as obras de adaptação a unidade cultural, o convento passou a dispor de 17 quartos duplos e duas suites, todos com casa de banho privativa, uma sala de refeições com 40 lugares sentados, uma sala de estar e bar, auditório para 60 lugares, uma sala polivalente com capacidade para 70 pessoas e uma sala de reuniões para 12 pessoas.
As salas estão dotadas de aparelhagem de som, retroprojector e projector de slides. O convento dispõe ainda de piscina exterior.


Fundação Oriente

terça-feira, setembro 26, 2006

PASSEIO RIBEIRINHO DO GINJAL, ALMADA



O Ginjal compreende toda a extensão da margem sul do Tejo que medeia entre a antiga estação de embarque de Cacilhas e os armazéns situados no cais, junto às escadinhas que dão acesso a Almada pela Boca do Vento, incluindo os antigos lugares do Cubalinho, Cubal e a Praia das Lavadeiras.

Esta zona ribeirinha possuía grande tráfego fluvial devido à existência, no século XVIII, de dois portos de mar na orla ribeirinha do Tejo - Fonte da Pipa e Cubal - realizando-se aí o transporte de passageiros e de mercadorias.

As mais antigas residências do Ginjal datam do final do século XVII, início do século XVIII. Foi durante o século XVII que surgiram os grandes armazéns de vinhos, vinagres e azeites, produzidos em excedente no concelho e posteriormente escoados pelo rio até Lisboa. Estas actividades são gradualmente complementadas por serviços artesanais, tanoaria, conserva de peixe, oficinas e armazéns de aprestos navais, armazéns de isco e frigoríficos.

A segunda metade do século XIX assiste à implementação e consolidação da indústria de construção naval.

De Cacilhas ao Olho de Boi, passando pela Fonte da Pipa, existe uma imensa carga histórica a preservar e um leque de projectos que visam a dinamização económica de todo este passeio ribeirinho, ligando o Núcleo Histórico ao Cais do Ginjal, concedendo uma importante posição à área da restauração, do lazer e do recreio.

Almada Informa

segunda-feira, setembro 25, 2006

PALÁCIO DE RIO FRIO, COSTA AZUL












O Palácio de Rio Frio foi construído no início deste século.

Na altura era uma das maiores propriedades do país produzindo essencialmente vinho.

A casa encontra-se decorada com fabulosos azulejos que ilustram o trabalho das comunidades rurais, em particular as vindimas.

As paredes da sala principal estão totalmente decoradas com coloridos azulejos típicos do Ribatejo.

A casa está rodeada por um maravilhoso jardim e por pequeno bosque, criando um ambiente calmo e relaxante.


Solares de Portugal

domingo, setembro 24, 2006

PALMELA, COSTA AZUL


Photo Lua Viajante

A cultura da vinha e a produção do vinho está desde tempo imemoriais associada a rituais mais ou menos profanos. Palmela comemora, por isso, todos os anos uma festa em honra de Baco. Mas da região de Palmela não vem apenas o bom vinho, também há doces de deixar água na boca e petiscos que o bom garfo não pode perder.



Photo Estranho

Devido à proximidade do mar e do Rio Sado, Palmela tem peixe fresco de grande qualidade e por isso especialidades gastronómicas variadas confeccionadas à base de peixe. Os petiscos são variados, e vão desde as famosas amêijoas à Bulhão Pato, os percebes, a sapateira, as ostras, até ao berbigão e aos caracóis apanhados em terra. A não perder são as caldeiradas de peixe ou de marisco e as sardinhas fritas com molho de tomate. Do interior chegam as boas carnes alentejanas e preservam-se as melhores receitas da doçaria conventual.


Photo Penelope42

Quanto a monumentos, pois as vistas também comem, um dos mais importantes é o seu castelo medieval de Palmela. Terá sido um pretor romano que o edificou e foi conquistado aos mouros em 1148 por D. Afonso Henriques, perdendo-o em 1165, para logo o reconquistar no ano seguinte. D. Dinis eleva a localidade a vila em 1323 e cem anos depois D. João I manda construir um convento ao lado do castelo para a Ordem de Santiago. No castelo subsistem duas igrejas, a Igreja de Santiago, de estilo tardo-gótico e datada de 1480 e a Igreja de Santa Maria do Castelo (século XII). Em frente a torre de menagem, o posto de turismo e dois núcleos arqueológicos. Nesta zona o visitante encontra variadas lojas de artesanato, de queijos, azulejos, vinhos e doces.


Photo Alentejo Coast

Aproveite a localização altaneira da zona do castelo para desfrutar da excelente vista sobre o mar e cercanias que se prolongam até à Serra da Arrábida. Perto, no largo do Município, localiza-se a Igreja Matriz de São Pedro, de estilo quinhentista, com portal do séc. XVIII e fachada com duas torres sineiras. Aqui ficam também os Paços do Concelho, com importante salão nobre, decorado com as fotografias dos reis de Portugal.
Na Praça Duque de Palmela encontra o Pelourinho, datado de 1645 e a Igreja da Misericórdia, do séc. XVII com altar-mor barroco. Vale a pena percorrer a vila a pé, deambular por pequenas vielas, observar as casas nobres e o casario típico caiado de branco e as varandas de ferro forjado. Desça até aos arrabaldes até encontrar o Chafariz de D. Maria I, com as armas da vila e das carrancas, cuja construção data do século XVIII.


Photo Rui Vilela

Por fim volte a subir até ao Largo de São João, com o cinema homónimo, a Igreja de São João Baptista, já há algum tempo transformada em galeria de exposições, o coreto, uma fonte e o miradouro. É nesta praça que acontece grande parte da espectacular Festa das Vindimas.
As actividades tradicionais da Costa Azul, onde Palmela se inclui, giram à volta dos cenários rurais e fluviais e marítimos. O artesanato reproduz o trabalho manual dos artesãos que vão sobrevivendo, como as reproduções em madeira das embarcações tradicionais do rio Sado, como o hiate e o galeão ou as tradicionais traineiras da pescada sardinha. Mãos habilidosas e pacientes fazem ainda a arte típica dos centros marítimos de Setúbal e Sesimbra. Trata-se da filigrana do mar feita com escamas de peixe, que são secas, para depois serem entrelaçadas com fios de prata.


Photo Gustty

Da terra vem a produção dos queijos, como os afamados queijos de Azeitão, os trabalhos em bilros, a doçaria tradicional, como as pinhoadas de Alcácer ou os barquilhos de laranja de Setúbal.
As peças de cerâmica mais conhecidas são o vasilhame decorado, alguns dos quais com vidrado interior, que serviam e ainda servem para guardar o vinho moscatel, muito apreciado, cuja fama já ultrapassou fronteiras.

terça-feira, setembro 19, 2006

COVA DO VAPOR, COSTA DA CAPARICA


Photo Luis Villas

segunda-feira, setembro 18, 2006

MOITA, TURISMO



O concelho distingue-se por três áreas naturais: as zonas húmidas, ribeirinhas, as zonas húmidas dos vales interiores e a zona de encostas e planaltos, onde se podem observar várias espécies animais e vegetais.

Além destas três áreas naturais, destaca-se a bacia central do Rio da Moita, cuja bacia hidrográfica se inicia na vertente norte da cadeia montanhosa da Serra da Arrábida.
Para além desta bacia, existem ainda mais duas, embora mais pequenas: a bacia do Vale da Amoreira e a do Vale do Grou na zona poente do concelho.

A actividade naval é outra das grandes atracções do território da Moita. Barcos como os Botes, Faluas, Varinos e Fragatas tiveram um grande desenvolvimento nesta área, daí o varino “O Boa Viagem, e o bote “A Pombinha” já fazerem parte do património do concelho.

Da actividade fluvial ligada ao transporte de produtos para a cidade de Lisboa, é de salientar o Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos e o núcleo oficinal, no Gaio, formado pelo Estaleiro, Oficina de Velas e Ferreiro Naval, ambos vocacionados para a reconstrução das antigas embarcações do Tejo, convertendo-os em barcos de recreio.

Nestas embarcações o destaque vai para as pinturas tradicionais do Mestre José Lopes e seus primos José e Luís Raimão.

Indispensável é uma visita às aldeias Gaio e Rosário, onde permanecem o colorido e a arquitectura locais.A moita apresenta ainda, um conjunto muito vasto de festas tradicionais: as Festas de Nossa Senhora da Boa viagem (Setembro), S. José Operário (Julho), Nossa Senhora dos Anjos (Julho), Nossa Senhora do Rosário (Agosto), Nossa Senhora da Graça (Setembro) e Nossa Senhora da Atalaia (Outubro).

Além das festas, destaca-se ainda o folclore, as danças de salão e a tradição tauromáquica da região.

Quanto à gastronomia o concelho da Moita tem para oferecer, nas entradas, a salada de búzios, os cogumelos com linguiça e ovos ou ainda a alheira de caça com grelos e ovos de codorniz.

A massada de peixe e os escalopes em molho cigano são outras das delícias gastronómicas da região.

Para sobremesa, as tradicionais farófias à moda da Moita.

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domingo, setembro 17, 2006

MOITA, PATRIMÓNIO



O património da moita reside, maioritariamente, nas suas igrejas e capelas.Em Alhos Vedros, no Largo da Igreja, encontra-se a Igreja de São Lourenço (Igreja Matriz de Alhos Vedros).
O edifício remonta aos finais do século XIII, mas a sua nave pertence ao século XVII. As suas paredes são revestidas com azulejos de 1749, descritivos de passagens da vida de S. Lourenço.
Apesar de só se encontrar classificada a capela de São Sebastião, a igreja possui ainda as capelas de S. João Baptista e Nossa Senhora dos Anjos.
A Capela da Santa Casa da Misericórdia situa-se na freguesia de Alhos Vedros e terá sido construída em 1587 com as receitas da instituição que lhe dá o nome e donativos de benfeitores. É constituída por uma nave com tecto de madeira, e as suas paredes revestem-se de azulejos datados do século XVIII.
O altar-mor tem um retábulo de talha dourada, evidenciando características maneiristas dos finais do século XVII.Na freguesia da Moita, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.
O edifício remonta aos inícios do século XVII, e é constituído por uma única nave, com paredes revestidas de azulejos azuis e brancos do século XVIII, e com púlpito de pedra localizado no centro. A capela mor é composta por um altar em talha dourada dos inícios do século XVII.
A Capela do Rosário, situada na freguesia do Rosário, foi construída em 1532, por Coome Bernardes de Macedo, proprietário da Quinta de Montim, e apresenta um arco e um portal de estilo Manuelino.
O Moinho de Maré do Cais de Alhos Vedros é um edifício do início do século XVII e pertenceu à família de Tristão Mendonça Furtado, os fidalgos da “Casa da Cova”.
Este moinho está integrado no complexo industrial moageiro da margem sul e em 1986, com vista a um aproveitamento museológico, foi adquirido pela Câmara Municipal da Moita.
Ainda em Alhos Vedros, pode ser visto o Poço Mourisco. Um poço quinhentista, decorado com elementos colhidos da natureza, destacando-se o ramo de oliveira com azeitonas, a flor de liz e a cabeça, símbolo da ordem de Santiago.


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